segunda-feira, 3 de maio de 2010

O futuro já chegou, e fala Mandarim...


Olá!

Viver em um país aberto a imigrantes tem a grande vantagem de expor você a diferentes culturas e backgrounds, fazendo com que você fique sintonizado com o mundo, te dando uma visão bem mais abrangente do que está realmente acontecendo com a aldeia global: prá onde as coisas estão apontando e que direção os eventos têm seguido ultimamente.
Se você ainda não percebeu meu amigo, é melhor abrir os olhos, porque o povo dos zóin fechado está tomando conta do planeta, a passos largos. Há algum tempo atrás, acreditava-se que os japoneses é que seriam os herdeiros do mundo, devido ao crescimento fenomenal que aquele país teve no pós-guerra. A cortina comunista escondia muito do que estava acontecendo do outro lado do muro (ou devo dizer muralha?) enquanto os chineses faziam seu dever de casa, consolidando as instituições, formando um exército de mestres e doutores, ampliando e modernizando seu parque industrial e, principalmente, copiando e melhorando tudo o que vinha do Ocidente. O regime totalitário de Beijin permitiu que o governo chinês executasse projetos que em países democráticos seria quase impossível. O governo lá pode decidir sobre a vida dos seus cidadãos sem ter que dar satisfação alguma à sociedade, ou ter que negociar com outros poderes, como o legislativo ou o judiciário. A China cresceu nos últimos anos a uma taxa muito superior a qualquer outro país, exatamente porque o país funciona como uma máquina. Uma engrenagem forte, construída nos últimos cinquenta anos, usando como modelo o capitalismo Ocidental que hoje é responsável pelas exportações imbatíveis da China. O combustível? o povo que, muito embora em sua esmagadora maioria não participe da distribuição da fatia do bolo, considera os líderes chineses seus benfeitores, tão idolatrados como santos ou quase deuses.
Há algum tempo atrás conheci uma chinesa natural de uma cidade portuária que serviu de base americana na segunda guerra e que hoje tem uma das maiores taxas de crescimento na China. A cidade tem prédios modernos, torres fantásticas, pontes futurísticas, é super bem cuidada, com um projeto urbanístico de fazer inveja a qualquer capital da Europa (principalmente nos dias de hoje, quando a Europa está tão sofrida e castigada...). O nome da cidade é Dalian, e você pode dar uma checada na Wikipedia prá entender o que estou falando: http://en.wikipedia.org/wiki/Dalian
Pois bem, embora a cidade tenha uma indústria poderosa, parques belíssimos, prédios suntuosos etc., a chinesa me disse que o salário que um trabalhador médio ganha lá mal dá prá sobreviver. Os apartamentos caros e casas de luxo são comprados por estrangeiros especulando no mercado de imóveis e uma minoria tem condições de comprar a casa própria ou ter um carro. Essa minoria, aliás, pode comprar muitas casas e carros de luxo, porque concentram a riqueza da China em suas mãos. Boa parte dessa classe privilegiada é formada por políticos ou mega-empresários que fizeram fortuna usando influência e aproveitando o alto nível de corrupção no governo.
Essa é a realidade da China de hoje. De um lado, milhões de trabalhadores trabalhando por quase nada (como é que você acha que os chineses conseguem vender os produtos deles a $1.99???) e de outro uns poucos empresários enriquecendo a custa do sangue de muitos. E, no meio (ou acima, melhor dizendo), os governantes corruptos deitados em berço esplêndido...
Mas tem uma coisa... goste ou não dessa realidade, é melhor ir se acostumando, porque a China está tomando conta de tudo. Basta você dar uma olhada no produto que você acabou de comprar, seja qual produto for. 99% de chance de você conseguir ler em algum lugar os seguintes dizeres: MADE IN CHINA.
A China exporta praticamente TUDO, hoje em dia. Prá você ter uma idéia, o Canadá tem uma das maiores florestas de pinheiros do mundo. Mas se você for comprar um móvel por aqui, provavelmente estará comprando madeira MADE IN CHINA e a um preço muito mais baixo do que a madeira nativa do Canadá. Como os chineses conseguem fazer isso, mesmo tendo que acrescentar o frete nos produtos, eu não sei...
Anyway, prepare-se! A próxima língua que você vai precisar aprender muito provavelmente será MANDARIM!
Abaixo alguns sites onde vocês podem ver o futuro. Ele já chegou. E tem os zóin puxado...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Xangai

http://www.mundi.com.br/Fotos-Xangai-382606.html

Um abraço e fiquem com Deus!

2 comentários:

  1. Realmente deve ser de valor inestimável, viver em um país multi-cultural e receptivo à imigrantes e que, principalmente, respeita-os.
    No caso, a China, por ser um país de proporções continentais, tem a vida facilitada por chegar a um desenvolvimento de vontade unilateral do que tentar o cominho da concórdia. Não é preciso conversar, documentar, debater e, se o governante(ditador?) tomar as atitudes econômicas corretas, haverá desenvolvimento. Aqui, na América do Sul, podemos também citar o caso de sucesso do Chile. O preço, como bem citado, são mortes, pobreza e desigualdade.

    Sem fugir do foco, com isso os chineses estão tomando o mundo a passos largos e, quem ficar de olho, poderá tirar proveito. O Mandarim? Sei não, me parece uma língua uma tanto quanto complicada, para ficar no lugar de principal do mundo. Claro, quem se esforçar para aprendê-la, terá retorno garantido, mas vejo muito mais um Chinês aprendendo inglês do que um alemão aprendendo Mandarim.

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  2. A observação é muito acertada, André.
    É claro que também não vejo o mundo falando mandarin (ou cantonês, a segunda língua mais falada na China). Usei essa figura apenas prá 'make my point' como dizem por aqui.
    Eu lembro que nos anos 70 e 80 surgiram cursos de japonês que diziam ser essa a língua do futuro (como o método Kumon, por exemplo), por conta do sucesso econômico do Japão. Mas apesar da importância crescente dos japoneses no cenário econômico mundial, o que aconteceu foi o contrário, como você colocou bem: um batalhão de japoneses que já saem da universidade falando inglês fluentemente, prontos para conduzir negócios com os ocidentais, ao invés de executivos americanos investindo tempo ou dinheiro para aprender o idioma nipônico...
    Agora, cá prá nós, que os Chineses tão tomando de conta, isso eles tão!

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