terça-feira, 4 de maio de 2010

O Ataque do Papel Digital

Olá!


A Google acaba de anunciar sua entrada na guerra dos fornecedores de conteúdo digital. Dá só uma olhada: http://online.wsj.com/article/SB10001424052748703866704575224232417931818.html.
Já tinha um tempinho que a Google vinha oferecendo livros e revistas 'out-of-print' (ou seja, que saíram de circulação) no seu site (http://books.google.ca/bkshp?hl=en&tab=wp). O Google Books oferece, além de edições antigas de algumas revistas, a possibilidade de leitura de conteúdo parcial de vários títulos de livros. Esse site da Google já está há algum tempo no ar e rendeu ao pessoal da empresa um processo que ainda está rolando na justiça que tenta impedir a gigante da Internet de publicar esse conteúdo.
Agora, porém, a Google resolveu entrar de vez no mundo da venda de conteúdo digital (livros, revistas etc.) para tentar abocanhar uma fatia do mercado que cresce cada vez mais e parece ser a próxima galinha dos ovos de ouro de Wall Street. O que acontece é que o mercado de publicações em papel que vinha definhando há muito tempo está dando seus últimos suspiros e grandes jornais, revistas e editoras foram reduzidas a uma fração do seu antigo tamanho. Jornalistas e escritores profissionais estão cada vez mais ameaçados em suas profissões porque, embora se produza cada vez mais informação, essa informação é hoje disponibilizada gratuitamente através da Internet. Claro que todo mundo acha maravilhoso poder ler as últimas notícias sem ter que ir até a banca comprar um exemplar de jornal, mas isso tem um custo e quem está pagando são as empresas e profissionais que por muitos anos viveram exatamente da venda dessas informações. Hoje tem escritores não-profissionais que gratuitamente fornecem matérias para os sites fornecedores de informação, tirando o pão da boca dos jornalistas e escritores profissionais. Por outro lado as empresas não têm como bancar o salário de produtores de matérias, porque o conteúdo é, na sua maioria, disponibilizado gratuitamente e os dindin que vem da veiculação de comerciais na Internet não chega a ser muita coisa.
E agora, com o advento de tecnologias cada vez mais adequadas à leitura prolongada (como, por exemplo a E Ink Corp - http://www.eink.com/ ) e a chegada de devices portáteis mais eficazes, com baterias mais duradouras e preços acessíveis, a demanda pela compra de conteúdo (conteúdo aqui significa qualquer tipo de informação a ser disponibilizada/vendida) tem crescido a olhos vistos. Veja o caso dos Ebooks, por exemplo. A Amazon lidera a preferência do mercado atualmente com o Kindle (http://www.amazon.com/Wireless-Reading-Display-International-Generation/dp/B0015T963C), um device bonito, ergonômico, eficiente e que permite que você compre os livros/revistas/jornais diretamente nele, sem ter que conectá-lo a um computador, ao contrário do Ebook da Sony (http://www.sonystyle.ca/commerce/servlet/CategoryDisplays?storeId=10001&catalogId=10001&langId=-1&categoryId=100537) que, apesar de ter a preferência de um grande número de adeptos, pelo tamanho, peso e por oferecer touch-screen, precisa que você o conecte a um computador para comprar conteúdo. Além disso, alguns usuários reclamam que a loja da Sony tem poucos títulos em comparação com a Amazon. A Barney&Nobles tem o Nook (http://www.barnesandnoble.com/nook/index.asp?r=1), na minha opinião o mais bonitinho de todos e também o que reúne mais tecnologia e oferece melhor experiência de leitura. A impressão que dá é que ele foi feito por gente que gosta de ler e entende o que um Ebook deve oferecer para fazer a leitura mais prazeirosa.
Em meio a essa guerra de Ebooks, surgiu há um mês o iPad, da Apple, prometendo botar fogo na guerra já acirrada dos Ebooks. A diferença principal do device da Apple é que ele não usa a tecnologia de tinta eletrônica, o que pode fazer com que a leitura prolongada na telinha do iPad se torne um problema. Para os que não conhecem, a tecnologia de tinta eletrônica permite que a tela se assemelhe a uma folha de papel comum. Como a tela não é iluminada, mas reflete a luz como o papel, você pode ler na praia, por exemplo, debaixo do sol do meio-dia, sem problemas. E também não vai experimentar o cansaço nos olhos típico de exposição prolongada à leitura de informação em telas convencionais de computadores (como é o caso da tela do iPad). A vantagem do produto da Apple, no entanto, é que ele está oferecendo uma experiência de acesso à informação sem precedentes. Quem já teve oportunidade de experimentar e ler conteúdo no novo aparelhinho jura que nada se assemelha à experiência. O Wall Street Journal, por exemplo, está batendo records de acessos à sua aplicação no iPad. A diferença, dizem, é que os jornais criaram páginas na Internet que simplesmente tentavam copiar o formato do jornal em papel, adicionando pouco ou quase nada do que a tecnologia digital permite. Porém, no caso do iPad, os jornais e revistas estão usando e abusando dos recursos do device, como vídeos, som, interatividade etc.
Ainda hoje estava lendo um artigo que dizia que essa onda de devices de leitura de conteúdo eletrônico está com força total e já se pode sentir o ressurgimento das cinzas do mercado de publicações. Parece que finalmente a tecnologia fez as pazes com a leitura e as profecias de que o computador e a tecnologia iria decretar a morte dos livros não parecem estar se confirmando. Ao invés de significar o fim de livros, jornais e revistas, a era digital parece estar apenas reinventando o modo como vamos ter acesso a essas publicações no futuro.
A primeira revolução aconteceu quando os chineses criaram a tipografia.
A segunda parece estar apenas começando...

Um grande abraço e fiquem com Deus.

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